Como garantir uma aposentadoria sustentável financeiramente

Como garantir uma aposentadoria sustentável financeiramente


Por JUSIVALDO ALMEIDA
Consultor, Coach Financeiro e Previdenciário
 
Quando se trata do planejamento e gozo da aposentadoria em qualquer parte do mundo, o futuro aposentado deverá refletir sobre seu padrão de vida atual e o desejável na aposentadoria. Dessa forma, além de levar em conta aspectos como a manutenção da saúde, a grande disponibilidade de tempo que terá na agenda e a idade esperada para iniciar a aposentadoria, é imprescindível pensar em aspectos financeiros, sem esquecer que um casal poderá viver mais 40 anos pela frente, o que demanda um bom planejamento para a nova fase da vida. Pensando nisso, vale aqui ressaltar alguns pontos para reflexão e montagem de um planejamento para uma aposentadoria saudável e sustentável financeiramente:
Expectativa de vida do brasileiro
expectativa de vida ao nascer no Brasil subiu para 75,2 anos em 2014, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No início da década de 1980, essa estimativa era de 62,5 anos. Ou seja, o aumento na expectativa de vida do brasileiro é um fator importante a ser incluído no cálculo da renda para manter o padrão de vida desejável, exigindo assim a provisão de maior capital para a aposentadoria.
Não dependa apenas da aposentadoria concedida pelo INSS
A aposentadoria pelo INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) tem sua importância, principalmente para os trabalhadores de classes sociais mais humildes. Para estes, os recursos da aposentadoria oficial podem se tornar a principal ou única fonte de sobrevivência. Mas, para os demais trabalhadores, é fundamental se conscientizarem de que o INSS vai cobrir apenas uma parcela de suas despesas. O fato é que, ao longo dos últimos governos, existiu as mudanças na aposentadoria foram levadas ao centro das discussões, ora implementando mecanismos de redução da renda para quem desejasse se aposentar de maneira antecipada (“fator previdenciário”), ora discutindo a longevidade dos brasileiros e com isso intensificando as discussões sobre o aumento da idade para aposentadoria de homens e mulheres, como uma necessidade para que o sistema de previdência pública não entre em colapso. Como exemplo, cito as duas aposentadorias mais concedidas pelo INSS na data deste artigo: a aposentaria por idade, em que é preciso ter pelo menos 60 anos (mulheres) e 65 (homens), sendo obrigatório ter contribuído por 15 anos no mínimo para o INSS; e a aposentadoria por tempo de contribuição com cálculo proporcional, em que os homens precisam ter 53 anos e as mulheres, 48. Além disso precisam de um tempo de contribuição específico, no mínimo 30 anos, se homem, e 25 anos, se mulher, e mais 40% do tempo que faltava para atingir o tempo mínimo da aposentadoria proporcional em 16 de dezembro de 1998, aplicando-se aqui o fator previdenciário.
Padrão de vida após a aposentadoria
É de suma importância identificar qual o padrão de vida que você desejará ter após a entrada na aposentadoria. Alguns estudos mostram que no Brasil a necessidade de renda na aposentadoria chega a cerca de 70% a 85% das últimas rendas recebidas na ativa. As rendas dos últimos anos ajudam a identificar o padrão de consumo de bens e serviços do candidato à aposentadoria, balizando assim seu padrão de vida financeiro. Na minha opinião, o planejamento deveria prever o recebimento de 100% do último salário no período de inatividade para a manutenção do padrão de vida.
Quanto economizar para a aposentadoria sustentável financeiramente
Não há fórmula mágica, pois depende de muitos fatores que mudam conforme o perfil social e a cultura financeira de cada cidadão. De maneira geral, podemos dizer que a regra de ouro é começar a poupar desde o primeiro salário. Dessa forma, com pequenos investimentos desde cedo, você poderá acumular o suficiente para a merecida aposentadoria aos 60 ou 65 anos de idade. Esse conceito permite também traçar estratégias mais agressivas de investimento nos primeiros anos, buscando maior rentabilidade das aplicações, diminuindo os riscos nos anos próximos à aposentadoria. Veja alguns exemplos e faça suas contas. Para se aposentar com 65 anos, considerando que a poupança começou aos 25 anos, o planejamento deveria prever no mínimo um valor equivalente a 10% da renda. Se começar apenas com 35 anos, o valor subiria para 20%. Já aos 45 anos, seria preciso poupar em torno de 35% da renda; já aos 50 anos, 50% da renda ou mais. Se o cidadão não tem possibilidade de guardar o valor mínimo indicado, deve-se poupar o possível e buscar urgentemente a redução e até mesmo a eliminação de alguns de gastos, até chegar a esse percentual. O importante é começar desde cedo, juntando mês a mês uma parte da renda de forma leve e ir aumentando de forma progressiva ao longo da evolução da capacidade financeira até atingir algo por volta de 20% da renda mensal.
Fontes de renda extras após a aposentadoria
Hoje já é uma realidade ter uma segunda carreira após a aposentadoria da primeira, daí a importância do planejamento para a aposentadoria prever projetos de vida remunerados ou não pós-carreira. Esta segunda carreira pode começar aos 55 anos e não precisa terminar aos 65 anos – nesta situação não há data limite. Com qualidade de vida, pode-se trabalhar até 80 anos ou mais, mantendo o envelhecimento ativo. No caso da segunda carreira remunerada, como o empreendedorismo, a recomendação dos especialistas é que o candidato comece a se planejar de 10 a 15 antes da aposentadoria, preparando sua qualificação para mundo empresarial e reservando recursos financeiros para abertura do negócio. O recomendável é buscar uma atividade motivadora, mas em um ritmo mais suave, para que possa aproveitar o momento da aposentadoria com qualidade de vida. Essa prática também deve ser pensada ainda no momento da vida ativa, colaborando assim para a aposentadoria sustentável financeiramente, aumentando a renda na fase pós-carreira.
Prepare-se para gastar com saúde
Existem estudos mostrando casos em que as despesas permaneceram iguais ou até aumentaram na aposentadoria, enquanto a renda decresceu consideravelmente. Mesmo considerando renda do INSS complementada por planos de previdência privada, ambas somavam entre 40% e 80% do último salário recebido na ativa. Esse é um típico resultado de falha no planejamento para a aposentadoria. Além disso, as pesquisas mostram que a maioria dos aposentados não se prepara para assumir as despesas crescentes na área de saúde conforme a idade avança. No quadro abaixo, podemos ver que o custo com saúde pode representar o dobro para os trabalhadores com salário até R$ 4 mil (30%) em relação aos de acima de R$ 10 mil o (12%).

Itens Até R$ 4 mil Acima R$ 10 mil
Habilitação e alimentação 48% 34%
Saúde 30% 12%
Transporte 3% 1%
Educação 2% 2%
Lazer 6% 6%

Tenha reservas para emergências e dependentes pós-aposentadoria
Esta é outra reflexão necessária. Com o aumento da expectativa de vida dos brasileiros e com casais se divorciando, casando com idade mais avançada, tendo filhos também mais tarde e agregando enteados, se faz necessário incluir a permanência de filhos em idade escolar com pais já aposentados. Ou seja, hoje em dia existe maior possibilidade de manter dependentes financeiros por mais tempo do que algumas décadas atrás.
Investimentos para a aposentadoria são de longo prazo
Não basta saber planejar, cortar gastos e diminuir despesas, é necessário ter conhecimentos mínimos em investimentos de médio e longo prazo. Você precisa escolher investimentos de acordo com o prazo para execução de cada projeto para construir as reservas financeiras para sua aposentadoria. Diversifique os investimentos para minimizar riscos e ampliar a possibilidade de ganhos reais com as aplicações financeiras, que vão desde previdência privada, imóveis, títulos públicos, privados, sem esquecer a contratação de seguros de vida. O fundamental é manter a disciplina da poupança e avaliar constantemente se seus investimentos proporcionam ganhos reais acima da inflação. Se necessário, mude o planejamento. Dessa forma você estará preparado para atingir sua aposentadoria sustentável.
Pense nisso!
Essas são as minhas dicas.

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