02 set PREVIDÊNCIA PRIVADA DOS BRASILEIROS
Número de investidores está estagnado, mas captação líquida voltou a subir.
O andamento da reforma da Previdência no Congresso, que tem como uma das mudanças a redução no valor das aposentadorias, não serviu para elevar o número de brasileiros que investem em previdência privada.
Há cerca de 13 milhões de investidores em planos privados, o mesmo número desde 2016, segundo a Fenaprevi (entidade das empresas de previdência privada aberta).
O que mudou recentemente é que, aqueles que já tinham a aplicação, voltaram a investir com os suspiros de recuperação da economia brasileira.
Os números de captação líquida (diferença entre aplicações e resgates) voltaram a subir, após terem desacelerado na recessão, e o saldo da reserva (o dinheiro acumulado nos fundos) continua subindo.
“O mercado de previdência privada é pró-cíclico. Quando a economia cresce, ele também cresce”, afirma Jorge Nasser, presidente da FenaPrevi, que põe na conta da lenta retomada a dificuldade de fazer o segmento deslanchar.
“O tamanho do mercado de previdência vai depender da capacidade de geração de renda.
Houve uma recuperação pontual nos últimos dois meses, mas não acho que o movimento foi grande o suficiente para dizer que mudamos de patamar”, afirma Rogério Calabria, superintendente de produtos do Itaú.
Os 13 milhões de investidores de planos de previdência equivalem a cerca de um terço do número de trabalhadores com carteira assinada do país —fatia da população com renda estável e superior à dos informais e dos que trabalham por conta própria.
Como o mercado de trabalho se recupera com a ocupação desses dois últimos grupos, a renda média do trabalho está em queda: fechou o trimestre encerrado em julho em R$ 2.286, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística); pouco mais de dois salários mínimos.
Participantes de planos de Previdência
Em milhões | Valor médio nas contas, em R$ mil | |
jun.2014 | 11,3 | 41,1 |
dez.2014 | 11,3 | 44,5 |
jun.2015 | 12,2 | 43,1 |
dez.2015 | 12,5 | 45,0 |
jun.2016 | 12,5 | 48,0 |
dez.2016 | 13 | 50,8 |
jun.2017 | 13,2 | 54,0 |
dez.2017 | 13,3 | 57,6 |
jun.2018 | 13,2 | 59,2 |
dez.2018 | 13,1 | 62,3 |
jun.2019 | 13,2 | 65,0 |
Fonte: Fenaprevi