2014 vai repetir 2013, dizem economistas

2014 vai repetir 2013, dizem economistas

HOMEM E BINOCULOInflação continuará sendo problema para 2014
Ano de incertezas e flutuações, 2013 não irá acabar no dia 31 de dezembro, pelo menos não para a economia. “As preocupações econômicas de 2013 continuarão em 2014”, afirma, categoricamente,  Flávio Calife, economista-chefe da Boa Vista Serviços.
A ideia é repetida por Edgar Abreu, economista-chefe da Brasilprev. Segundo Abreu, a inflação continuará a dar dor de cabeça em 2014. Em novembro, o IPCA, principal índice da inflação, fechou o acumulado de 12 meses em 5,7% e o acumulado do ano em 4,9%. “Não estamos mais trabalhando perto do centro da meta, mas perto do teto”, diz Calife.
Para Abreu, a tendência é que o IPCA ainda fique perto do teto da meta em 2014. Outro ponto que Abreu afirma, e que está muito ligado com a inflação, é sobre o comportamento dos juros em 2014. Segundo o economista da Brasilprev, a Selic vai subir para 10,25% em janeiro e a tendência é que não caia durante 2014.
“Ainda estamos num tempo de acerto dos juros, a última ata do Copom aparentemente indica que terá no máximo 1% de aumento da taxa básica, mas não acho que vai ter um grande efeito para o consumidor”, afirma Calife.O economista lembra que, mesmo com a volta da Selic para os dois dígitos nesse ano, as taxas médias de juro do crédito em 2013 ficaram abaixo das de 2012.
O problema dos juros, diz Calife, é que o governo baixou demais a Selic para forçar a queda nos Spreads, os fundamentos econômicos brasileiros, no entanto, não acompanharam. “O governo tentou forçar a taxa para baixo sem que nossos fundamentos econômicos pudessem suportar essa baixa de juros. Os juros não podem ser uma meta, eles são uma consequência. A meta não é o juros, é a inflação”, diz Calife.
O calendário de 2014 também é visto com cautela pelo mercado, uma vez que, apenas no ano que vem, o Brasil vai sediar a Copa do Mundo e terão eleições. Eventos que, em alguns setores econômicos, podem trazer certa lentidão e baixas na produtividade por falta de dias úteis trabalhados.
Para Calife, o mercado vai acompanhar mais de perto os números relacionados à política fiscal do governo federal brasileiro. Enquanto para Abreu, o dado a ser acompanhado mais de perto em 2014 deve ser o do câmbio, uma vez que depende do comportamento do governo norte-americano sobre o QE. No final das contas, Abreu sintetiza em uma frase aquilo que o mercado parece estar pensando sobre o ano que vem. “Sobre 2014, bem, 2015 vai ser um ano incrível”, finaliza Abreu.

Fonte: (Camila de Lira – Executivos Financeiros) | JSANTOS Consultores