ATUÁRIOS: OS NOVOS DESAFIOS

ATUÁRIOS: OS NOVOS DESAFIOS

Jogo de Xadrez PessoasAinda que em mercados diferentes, fundos de pensão e seguradoras e seus planos abertos de previdência dividem, entre outras, preocupações como fazer as reservas acumuladas renderem o necessário para fazer frente às obrigações futuras. Interessa conhecer, portanto, algumas colocações feitas por  Charles Lutz,  da Swiss Re, em palestra do “3º Encontro Nacional de Atuários – Novos Desafios Atuariais – Em busca de Serviços e Soluções”, realizado pela CNseg  em São Paulo. Lutz acredita que o mercado de seguros brasileiro, ainda em fase de adoção dos conceitos de capital baseado em risco, terá um movimento natural de fusões e aquisições no médio prazo, quando as regras de riscos de mercado forem implementadas. A crise trouxe uma infinidade de itens nos quais os atuários precisam ficar de olho. Um ponto que exige muita atenção do profissional, diz Lutz, é com a projeção da taxa de juros no longo prazo. Ele cita o exemplo da Itália. “As seguradoras italianas vendiam produtos com garantia de juros de 3 a 4%, quando o mercado trabalhava com taxas de 15% ao ano. Quinze anos depois, as taxas estão próximas de zero e as companhias tem dificuldades de encontrar ativos para garantir os produtos comercializados no passado. Ninguém imaginava que isso viria a acontecer quando os produtos foram criados”, mencionou. Tendo como princípio o fato de que os ganhos financeiros serão menores daqui para frente, evidenciando que as companhias terão de aumentar as margens técnicas para compensar rendimentos mais baixos, o atuário passou a ter uma responsabilidade muito maior. Ainda mais quando consideramos o agravamento dos riscos políticos, ambientais, regulatórios e cibernéticos, entre outros que podem comprometer a solvência de uma companhia. Para finalizar, Lutz ressaltou a atuação do atuário na sociedade moderna. Segundo ele, o profissional, que tinha pouca importância num cenário de ganhos elevados, agora tem de ampliar o seu escopo de atuação. “É importante conquistar um espaço para a discussão atuarial dentro dos conselhos. É preciso ser proativo na identificação de problemas e no acompanhamento da solução dos mesmos. E, por fim, é crucial ter uma mentalidade flexível para adaptar as expectativas a realidade de mercado, bem como antecipar o desconhecido nos cálculos atuarias dos produtos”, disse. Fonte: Diário dos Fundos de Pensão