Fundos de Pensão: Patrocinadoras "Novos Cenários"

Fundos de Pensão: Patrocinadoras "Novos Cenários"

Contabilidade IITema de uma das comissões temáticas de estudos do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC), por afetar claramente o fomento de nosso sistema, e assunto permanentemente incluído em nossa agenda nos últimos anos, a questão da reorganização societária é alvo de uma pesquisa agora divulgada pela consultoria EY (antiga Ernst Young Terco). O trabalho mostra que, entre os anos de 2007 e 2013, mais de 350 empresas operando no Brasil foram  integral ou parcialmente negociadas.
Tais negociações envolveram a extraordinária cifra de nada menos de US$ 390 bilhões.
No entanto, mais interessante até do que os números de negócios e o  valor envolvido neles, é o que o estudo da EY mostra acerca da enorme possibilidade desses resultados crescerem ainda muito mais. Uma nova realidade que, é evidente, provavelmente vai afetar de maneira crescente as relações entre patrocinadoras e entidades, o surgimento de novos formatos de patrocínio e as chances de  mais empresas virem a constituir fundos e bancar planos.
É possível fazer essas inferências em razão dos motivos apontados para o crescimento do número de empresas negociadas. Uma das motivações vem sendo o aumento dos fundos de private equity em atuação no Brasil, cujo número simplesmente quadruplicou. Eram 45, em 2007, e passaram a ser 185 no ano passado. No mesmo período, o total de capital levantado para aplicação no País subiu de US$ 1 bilhão para US$ 80 bilhões.
Boa parte desses recursos estão disponíveis mas ainda não foram concretamente alocados, estando na dependência apenas da identificação de empresas com perfis que atraiam os gestores dos fundos. Daí ser bastante provável que o número de negócios envolvendo a troca de donos se multiplique ao longo dos próximos anos.
Indica o estudo que  77% das operações foram efetuadas por compradores latino-americanos. Na sequência, aparecem compradores da Europa (11%), Ásia (7%), África e do Oriente Médio (3%) e, por último, da América do Norte (2%). Esse quadro fornece pistas sobre com quem os dirigentes de planos complementares terão que negociar um dia.
Das 350 empresas brasileiras adquiridas entre 2007 e 2013, 10% são do setor de energia, 9%, do de alimentos e bebidas, 7% de mineração, 7% de transporte e infraestrutura, 6%, de telecomunicações e 4% do  químico.
Com 214 transações realizadas entre julho e setembro, o terceiro trimestre de 2013 já havia sido o período do ano com o maior número de fusões e aquisições concretizadas no País, inclusive, com um resultado melhor do que o apresentado no mesmo intervalo de tempo em 2012. Os dados constam de pesquisa realizada  pela KPMG no Brasil e que inclui 43 setores de negócios.
Acrescenta-se a isso acompanhamento feito pela Mercer, que mostra que o ritmo das fusões e aquisições no Brasil segue uma aceleração também observada no mundo. Globalmente, o número do terceiro trimestre de 2013 (US$ 231,5 bilhões) foi superior ao de igual período do ano passado (US$ 203,2 bilhões).
Fonte: Diário dos Fudos de Pensão | JSANTOS Consultores