Ibovespa mostra trajetória indefinida no curto prazo

Ibovespa mostra trajetória indefinida no curto prazo

BM&FBovespa IIApós quatro meses seguidos de valorização, o Ibovespa, índice referencial da bolsa brasileira, tem perdido força em novembro. Desde o piso de fechamento do ano, de 45.044 pontos no início de julho, o índice vinha se recuperando e chegou a romper os 56 mil pontos em outubro. Neste mês, contudo, a força compradora tem se reduzido e o Ibovespa acumulava baixa de 3,70% até sexta-feira (8).
Para o analista técnico da Clear Corretora Raphael Figueredo, o momento é crucial para o mercado. Com visão de resistência nos 57 mil pontos e suporte na casa dos 51.870 pontos, o analista considera que esses dois pontos podem direcionar a bolsa no curto e médio prazo. “São os dois números de força que têm hoje a capacidade de determinar o rumo do mercado para o fim do ano e até mesmo o início do ano que vem”, afirma.
A perda do suporte pode comprometer a tendência de alta do Ibovespa dos últimos quatro meses, diz Figueredo, já que o gráfico vai deixar de mostrar novos topos e fundos ascendentes. “Estamos numa zona amarela e, perdendo os 51.870 pontos, vamos para o vermelho”, assinala.
Ainda nesta semana, o analista diz ser importante o Ibovespa romper a resistência imediata nos 53.600 pontos para voltar a captar um clima mais comprador. Na semana passada, o volume mais forte do lado da venda foi um fator preocupante. Além disso, a posição “comprada” do estrangeiro em contratos futuros de Ibovespa tem perdido força. “A perda dos 51.870 pontos pode fazer com que o estrangeiro diminua ainda mais sua exposição à compra do índice futuro”, avalia Figueredo.
Apesar do cenário mais preocupante de curto prazo, o analista diz que a aposta segue de recuperação dos mercados globais e que o Brasil deve seguir a toada, ainda que as complicações internas se mantenham. “Podemos fechar o ano com uma cara mais positiva.”
O analista técnico da Ativa Corretora Hugo Carone avalia que a tendência é o Ibovespa terminar o ano próximo do patamar atual, na casa dos 52 mil pontos, considerado um suporte importante. Se perder esse nível, diz Carone, o índice tende a buscar os 50 mil pontos. No sentido contrário, para firmar uma trajetória positiva, o Ibovespa precisa romper a resistência de curto prazo, de 55 mil pontos.
Mas o olhar do analista está mais direcionado para o longo prazo. Nesse sentido, o Ibovespa ainda mostra indefinição, por seguir oscilando dentro da faixa traçada desde a crise financeira de 2008. Isso quer dizer que o índice ainda opera entre a mínima daquele período, de 29.435 pontos (de outubro de 2008), e a máxima, de 73.920 pontos (maio de 2008).
“Desde então, vimos uma recuperação do Ibovespa, mas não conseguimos superar esse último topo. Vamos continuar indefinidos dentro dessa faixa”, afirma Carone.
Para efeito de comparação, o analista da Ativa diz que o IBrX, índice com uma metodologia mais sólida na visão do mercado, tem negociado mais próximo de seu topo histórico, com mais força para superar a máxima dos 24.819 pontos. “No caso do IBrX, a recuperação estará visível antes da do Ibovespa”, comenta Carone, ressaltando que o movimento poderá ser um bom prenúncio do caminho do principal índice da bolsa.
O analista da Solidez Corretora Filipe Borges enxerga o Ibovespa operando entre os 56 mil e os 58 mil pontos ao fim deste ano e o início do próximo. A perspectiva leva em consideração os gráficos em alta das ações de maior peso – Vale, Petrobras e Itaú Unibanco.
Borges enxerga o movimento atual de realização como saudável para o curto prazo, mas assinala que a tendência permanece de alta. Na visão da corretora, se romper a resistência dos 57 mil pontos, o índice tende a buscar o intervalo entre 63 mil e 65 mil pontos. Já se perder os 51.800 pontos, o Ibovespa tende a caminhar em direção ao forte suporte de 47 mil pontos, cenário tido como mais improvável.
Fonte: Valor Online