17 out Workshop “Criação de Valor”, promovido em São Paulo pela ABRASCA
No ano passado a Previ teve uma primeira conversa com as empresas de cujo capital participa sobre o seu alinhamento às boas práticas de governança defendidos pela entidade. Conversou com todas e agora, ainda em 2013, está retornando em caráter oficial a cada uma delas de modo a cobrar-lhes um esforço de ajuste naqueles pontos em que mudanças são recomendadas. A ideia é que apresentem um plano de ação destinado a minimizar ou mesmo cortar o que pode ser descrito como procedimentos menos desejáveis, explicou Marco Geovanne da Silva, Diretor de Participações da Previ, ao falar ontem no workshop “Criação de Valor”, promovido em São Paulo pela ABRASCA – Associação Brasileira de Companhias Abertas e do qual a ABRAPP foi uma das apoiadoras.
Esse cuidado em fomentar a governança nas empresas de que participam, ao lado da visão de investidores de longo prazo, são duas marcas diferenciais dos fundos de pensão no mercado, disseram todos os expositores daquele painel, além de Marco Geovanne. “A qualidade da governança é algo cada vez mais fundamental”, comentou Jorge Simino, Diretor de Investimentos da Fundação Cesp, sendo que na mesma direção foram Antônio Machado, Gestor de Portfolio da Fundação Real Grandeza e Jarbas de Biagi, Presidente do Banesprev.
Para um público formado em boa parte por diretores de relacionamento com investidores de companhias abertas, Marco Geovanne observou que, diversamente dos investidores de curto prazo que prevalecem no mercado, “os fundos de pensão não perguntam sobre o semestre, mas sim como funciona a governança, as estratégias, a visão de longo prazo e buscam saber mais sobre como funciona a cabeça dos gestores”. E não é definitivamente da boca para fora, uma vez que recentemente a Previ saiu de duas empresas que a decepcionaram no que diz respeito às práticas de governança.
Tais cuidados rendem resultados: perto da metade do que a Previ desembolsa todos os anos em benefícios vem dos dividendos pagos pelas empresas nas quais a entidade investe.
Para Simino, da Fundação Cesp, é fundamental para o fundo de pensão sentir o grau de convicção do empresário no momento em que abriu o capital, sendo o objetivo ter uma ideia se o fez como parte de uma estratégia de longo prazo ou se foi apenas uma forma de aproveitar uma oportunidade que surgiu.
“Na Real Grandeza 5 anos é curto prazo”, observou Machado. No seu entendimento, o Brasil oferece inclusive uma razão a mais para se ter essa visão de um horizonte mais distante, uma vez que no País os prêmios pagos pelos papéis mais longos tendem a ser de fato mais elevados do que no exterior.
Aliás, foi olhando o longo prazo que Jarbas de Biagi pregou que os fundos de pensão continuem se preparando para um futuro em que as taxas de juros serão inevitavelmente mais baixas. No seu modo de ver, a subida outra vez das taxas nos últimos meses não deve iludir quanto ao que deverá prevalecer futuramente. Fonte: Diário dos Fundos de Pensão